domingo, 23 de maio de 2010

Uma banda cruelmente injustiçada

Quando falamos em thrash metal, quais são os primeiros países que lhe vem a cabeça? Aposto que você pensou em Estados Unidos, por ser o lar do Big Four, na Alemanha pela tríade germânica e no Brasil por abrigar bandas como: Sepultura, Dorsal Atlântica, Korzus, Witchhammer e outras. Mas se você consegue também imaginar thrash metal na Suíça é porque você provavelmente conhece a banda aqui tratada. Sim essa banda é o Coroner.

Coroner é uma das mais respeitadas bandas de thrash metal de todos os tempos, no entanto ela nunca atingiu o mainstreen e quase nunca é comentada em outros círculos do metal que não do thrash. Isso mesmo, os únicos que se lembram do Coroner são os que partilham do mesmo estilo deles, o metal underground . Sabe-se que muitos fãs de Power metal, metal tradicional, hard rock nunca ouviram falar de tal banda.

Especula-se que o motivo pelo qual Coroner nunca fez grande sucesso tenha sido a má ou inexistente produção da Noise Records. Há quem diga que a banda é muito não ortodoxa o que dividiu muitos fãs de metal, não chegando a criar uma unanimidade. Os que pensam como eu dirão que é as duas coisas, mas mais a falta de produção, uma vez que com uma boa produção você pode fazer qualquer um chegar ao mainstreen, vide as porcarias que se escuta hoje.

banda formada por até então roadies do lendário Celtic Frost, logo no primeiro disco mostra para o que veio, lançando RIP. RIP é um disco que a primeira escutada parece um thrash/speed metal convencional, mas ao decorrer do disco já é possível notar a maturidade da banda, quando comparada a outras bandas que estavam lançando discos nessa época, 1987. A primeira faixa após a emocionante introdução do disco é a música Reborn Through Hate, música que hoje é hino entre os thrasher’s. É uma faixa rápida que de cara mostra a técnica que o guitarrista Tommy Vetterli possui, alem do fato que essa faixa da a entender certas influencias de música neoclássica.

Em 1988 a banda lança o Punishment Decadence, pode-se dizer que esse disco é uma evolução do anterior, já que a formula parece ser a mesma, desta vez com acréscimos de jazz na banda, além do speed metal intenso e neoclassicismo que moldam toda a atmosfera deste disco, outros fatores notáveis desse disco são os compassos complicados, intervalos inesperados além claro, de muita criatividade. Os destaques nesse discos são as faixas Masked Jackal e o inesperado cover de Jimi Hendrix, Purple Haze, faixa que conclui o disco, além de ter gerado um single.

O terceiro disco, de 1989 o No More Color foi um indiscutível passo evolutivo ao Coroner. Já traz um Coroner BEM mais amadurecido, composições bem mais trabalhadas. E acrescenta ao virtuosismo e jazz style dos discos anteriores, riffs extremamente marcantes o que é igual para os solos, altamente marcantes, uma enorme progressividade, além de uma melhor mixagem com relação aos albums anteriores. Eu não poderia escolher uma música de destaque baseada em minha opinião uma vez que este é o meu disco predileto do Coroner, então soa pra mim como uma coletânea. Mas talvez Tunnel Of Pain, ou Why it Hurts, Die by my hand, D.O.A. Bem eu não saberia mesmo como escolher.

No disco de 1991,Mental Vortex, a banda já estava bem diferente. Ao escutar o disco anterior era notável que Coroner era uma banda de thrash metal, com influencias de rock progressivo. Mas nesse disco o elemento prog já começa a ficar mais nítido. Ainda é um excelente disco em minha opinião, a personalidade sombria do Coroner continua aqui além de haver muito peso. Nesse disco, em minha opinião se encontram os melhores solos de Tommy. Os destaques aqui são Son Of Lilith e cover de The Beatles, I want you(She’s so heavy).

Mas é em 1993 que a banda da um paço muito alto, podendo por em risco sua reputação. Na minha opinião Grin é um dos melhores discos de metal já gravados, uma vez que este disco não se limita apenas a clichês e é extremamente ousado e não comercial. Os músicos do Coroner aqui mostraram uma versatilidade fora do comum.

O que pegou no Grin é que de repente o peso sumiu. Este é quase um disco industrial, há aqui influencias de blues e soul, assim como há elementos eletrônicos também. Para mim o grande destaque aqui, sendo eu um pouco conservador assumo, é o Internal Conflicts, a mais selvagem música do disco. Também gosto muito do The Lethargic Age.

Bem, o fato de Coroner ser uma banda que sempre se reinventa, em um meio um tanto conservador que é o metal, pode ter prejudicado um pouco a propagação da banda. Também deve ser de fator preponderante a má financia da Noise records, mas independente do motivo pelo qual Coroner não tenha conseguido chegar lá, eu ainda os chamo de injustiçados e é essa uma banda que realmente vale a pena escutar.

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